Eu estava num daqueles dias em que se quer abraçar o mundo, porém não se tem braços e pernas para tanto. Então se fica em casa, num canto, abraçando os livros. Abri um deles e lá estava. Era ele...O mais belo de todos. Que a partir daquele momento sequestrou meu coração e bagunçou a minha vida com suas palavras. Digo bagunçar, pois a partir daquele dia nunca mais fui a mesma. Quando lia, quando escutava Drummond, todos os meus meus desejos estavam satisfeitos...Todos os meus sonhos realizados...
Em nossos encontros, ele aparecia sério, com olhos tão sinceros que era possível enxergar a sua alma. E que alma bela...E que alma apaixonante...Ele chegava devagar, falando baixo...Falava sobre o amor..."Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais especial da sua vida.." E o meu coração parava. Quando voltava à realidade, lá estava ele, ainda sereno, porém, agora falava sobre a vida..."A cada dia que passa, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos. A dor é inevitável, o sofrimento é opcional."
Nossos encontros foram divinos. A cada dia a janela da minha alma se abria um pouco mais e a cada vez ficava mais cega de amor. Em nosso último encontro, Drummond aproximou-se calmo como sempre, beijou-me na testa e falou baixo, tão baixo que mal pude ouvir...Ele disse: "As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão. Mas as coisas findas, muito mais do que lindas, essas ficarão..." Fechei meus olhos e quando os abri ele já não estava lá.
Até hoje o guardo em mim e costumo dizer que se Drummond fosse vivo, ele me amaria. E quando a saudade já não cabe mais em mim, vou a um canto, abro um livro e peço a Deus para que ele volte.
Já te falei que é muito lindo seu depoimento sobre Drummond. Eu tb sou apaixonada por ele, mas mais do que isso, tenho um orgulho danado de ser sua mãe. Te amo!!!!!
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